Café da manhã Antônio Valdo A. Rodrigues

A sala de aula

“Prometo cumprir os deveres do professor trabalhando com dedicação e empenho no desenvolvimento integral de crianças e jovens, cuja educação me for confiada” (Juramento do Professor)
Todo professor vocacionado e idealista tem na mente o juramento do professor. Assim antes de entrar em sala de aula ele reforça esse seu relevante propósito de cátedra.
O dia do professor é 15 de outubro, mas é oportuno dar as boas vindas ao mestre mesmo após o início do ano letivo. Lembro-me de ter lido uma reflexão assim: “O cotidiano é insuportável. A rotina perfeita é a instrução com a necessária mudança comportamental”. E quem é o responsável por essa mudança? Vejamos! O adolescente é um enigma que se apresenta para ser decifrado. A quem compete decifrar? Os defeitos dos filhos podem ser filhos dos defeitos dos pais. E quem deve corrigir? O Mestre! E só é um mestre completo aquele que tem conhecimento para legar, altruísmo para transmitir, energia para incentivar e dedicação para perseverar face à indiferença de muitos.
A verdade é que a essência de um bom professor não está nos diplomas que tem, mas no que ele sabe fazer em sala de aula para que seus discípulos se abasteçam com sabedoria para serem felizes e bem sucedidos.
O professor tem que fazer uma opção na vida: Se quer ter razão ou se quer ser feliz. Se quiser ter razão então deverá “ser apenas professor”, julgar tudo à sua volta. Se quiser ser feliz deverá “ser um educador” e compreender seus alunos. E se amar os alunos não vai ter tempo para julgá-los.
Às vezes alguém pode achar que sou repetitivo nos questionamentos. E isso é verdade, afinal como aprendemos a andar de bicicleta? Foi pedalando, caindo e repetindo. E a tabuada? Hoje sabemos quanto é 8x6. Será que essa aprendizagem foi fruto de um único ensinamento? Lógico que não! O aprendizado se dá pela repetição.

Aproveitando o momento vamos conhecer a “Oração do Professor” atribuída à Cora Coralina. Seria bom afixá-la no Diário de Classe. É assim: “Senhor, diante de vós, com meus alunos, tomo consciência da minha responsabilidade e dos meus desafios como educador. Com os alunos eu procuro o bom diálogo e os melhores resultados. Sei que o afeto serve para aqueles que se servem dele, mas sei que vivo num mundo competitivo, apressado, globalizado, egoísta. Por isso quero ser simples, mas corajoso; calmo, mas decidido e sábio nos ensinamentos. Senhor, que eu saiba negociar e aceitar a negociação dos meus alunos sendo tolerante, compreensivo, carinhoso. E o mais importante que eu não me esqueça de falar de Deus sempre respeitando as diferenças individuais.
Senhor quero fazer da ciência um diálogo; da minha sala de aula, um lar; dos meus alunos, amigos; da minha vida uma parceria e referência do bem. Quero trazer no coração o mundo de cada aluno.
Senhor como agente da história que sou, pois em minhas mãos estão os futuros médicos, engenheiros, empresários, chefes de família, que eu possa plantar a semente da sensibilidade e motivar todos os jovens para a construção do paraíso. E pensar que tudo isso começa aqui em minha sala de aula!”

Conclusão – “O melhor do mundo são as crianças”, disse Fernando Pessoa. Salvo casos especiais as crianças não podem ser más. Maus são os adultos que não estabelecem regras e limites para um convívio em harmonia.
Um estudante sempre quer o melhor em sua sala de aula e ele pensa assim: “Mestre, conte-me e eu vou esquecer. Mostre-me e eu vou lembrar. Envolva-me e eu vou compreender para sempre!
O Senhor esteja sempre conosco.

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Todos lemos a nós mesmos e ao mundo à nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, quase como respirar, é nossa função essencial. (Alberto Manguel)
Postado por Sofie-Bel